Depois do seu enorme sucesso na Europa e nos Estados Unidos, é hora dos quatro rapazes dos Tokio Hotel serem levados a sério e não como tratá-los como uma banda adolescente. A "MISS" entrevistou os gémeos Bill e Tom Kaulitz e eles falaram sobre raparigas, o amor entre irmãos e o facto de verem o sucesso como uma droga.
O facto de serem assim tão famosos assusta-vos?
Tom: Não nos assusta. Para uma banda alemã claro que não é normal ser-se tão bem sucedido assim. Estamos mais orgulhosos do que com medo.
Quando é que o facto de serem celebridades vos desapontou pela primeira vez?
Bill: Ainda há muitas coisas com as quais ainda lutamos contra na indústria da música. Regras que as outras pessoas querem que sigamos. Ou quando lemos artigos sobre nós nos jornais onde dizem coisas que nós nunca dissemos. Como pessoas jovens, somos oprimidos, mas já aprendemos a lidar com isto.
Um tablóide conhecido publicou fotografias vossas enquanto estavam de férias. Coisas como estas invadem a vossa privacidade?
Bill: Passa das marcas a 100% quando isto acontece! Continuo chateado co isso. Mas nós também tentamos com que a vida deles - pessoas que nos fazem isso - seja o mais dificil possivel. É uma coisa a que nunca me hei-de habituar.
Qual é a coisa mais absurda que já viram escrita sobre vocês?
Bill: Desde suicidios em hotéis até... - é díficil dizer, acho que seja quase tudo o que escreveram de nós até agora.
Bill, uma vez disseste que odiavas a tua vida diária. O facto de fazeres parte de uma banda também não faz parte da tua rotina?
Bill: Claro, mas há coisas um pouco chatas, mas nunca há momentos cansativos neste trabalho. Nunca sabes como o teu dia irá acabar - por isso acho que é o mais multifacetado.
Pelo contrário, na escola vocês eram uns "terrores" a sério. Onde é que foram buscar toda essa vossa confiança?
Bill: Nós não saíamos com as pessoas. Vínhamos da escola e diziamos que não queríamos lá voltar. Ir para a escola foi a coisa mais horrenda para nós. Tínhamos problemas com os nossos professores e eramos transferidos por razões disciplinares. Mas a maneira como nos apresentávamos não ajudava. É apenas isto: Não queremos parecer o que não somos. É por isso que nos vestíamos como queríamos, e isso foi o pior - sentíamo-nos como extraterrestres. A confiança em nós próprios sempre aqui esteve porque estavamos sempre juntos. É por isso que as pessoas na altura nunca nos apanhavam a um de nós sozinhos para nos bater.
Vocês experienciaram o vosso primeiro beijo com a mesma rapariga. Alguma vez tiveram inveja um do outro?
Tom: Tens de perguntar isso ao Bill porque eu é que fui o primeiro a ficar com a rapariga (risos).
Bill: Nunca lutámos por raparigas.
Tom: E nunca nos apaixonámos pela mesma também.
Bill: Não há ninguém que nos possa separar, o Tom e eu somos muito confiantes e teimosos. É por sermos tão parecidos que às vezes entramos em conflito. Nenhum de nós quer dar o braço a torcer. Quando começamos a discutir, os outros deixam-nos sozinhos e saem da sala.
Vocês interrompem-se constantemente quando estão a falar...
Bill: É dificil para os outros intrevir quando eu e o Tom falamos. Os nossos amigos começavam a falar mais alto que nós para nos interromper quando estavamos nós a falar porque nunca ninguém conseguia falar quando nós o faziamos.
Vocês estão a viver juntos em Hamburgo, por isso, passam cerca de 24 horas juntos todos os dias. Não se chateiam um com o outro?
Tom: Estamos juntos 24 horas por dia, mas também não é muito verdade porque dormimos em quartos separados. Mas não nos chateia. Toda a gente diz: Não vos chateia passar 24 horas por dia juntos ou coisas como "E se um de vocês arranjar namorada?" ou "O que é que vos vai acontecer quando um de vocês se quiser mudar para outra cidade?". Nós não pensamos nisso porque sempre mantivemos claro o facto de querermos ficar juntos. É uma coisa especial que os gémeos verdadeiros têm. É díficil de descrever, mas somos como uma pessoa só. Quando pensar em mudar, tenho a certeza que o Bill o fará comigo.
Bill: Começamos imediatamente a pensar um pelo outro.
Vocês estão musicalmente no mesmo nível?
Bill: Acho que ambos temos uma boa sensação quando se trata de escolher uma boa música, independentemente dos nossos gostos de música pessoais. Ouvimos músicas diferentes em privado; O Tom ouve muita música Hip-Hop. Há muito poucas bandas das quais ambos gostamos, pr exemplo, os Stereophonics e os Aerosmith.
Muitas bandas famosas pedem para as entrevistas serem muito curtas. Como é que vocês são tão abertos?
Bill: Os Tokio Hotel nunca foram um trabalho para nós. É a nossa vida. Continuamos a ser o Bill e o Tom Kaulitz quando saimos de palco. Não é o mesmo que desligarmos os nossos portáteis e dizer que passamos um bom dia. Claro que quando se trata de ser-se aberto, há limites que não devem ser ultrapassados, mas também quero contar às pessoas as coisas más que se passaram em vez de contar sempre as coisas que foram boas. Acho que é bom dar a conhecer às pessoas coisas realistas que se passam nas nossas carreiras.
Os Tokio Hotel são uma das bandas alemãs mais famosas. O que é que ainda está para vir?
Tom: Depois da nossa actual digressão, queremos fazer uma digressão pela Ásia - ir ao Japão e fazer também uma digressão na América Latina. É-nos díficil ter objectivos, uma vez que a nossa carreira começou tão de repente. Mas lutamos por esses momentos de liberdade e estamos a fazer o que gostamos. Não precisamos da opinião de ninguém.
A fama é viciante?
Tom: Sim. Quando estás debaixo dos olhares do público, como nós, a partir daí não há volta a dar. É como se ficasses viciado nela. Não a opinião de "Hm, acho que já não quero ser mais famoso".
Acham que alguma vez vão ficar satisfeitos com as coisas que alcançaram, ou a pedir para virem mais?
Bill: A tua cabeça não para de pensar, começas a ter novas ideias para músicas ou videoclips. Tentamos sempre fazer melhor do que o que fizemos antes.
Continuam ansiosos antes de actuarem?
Bill: Eu fico muito, muito nervoso antes dos concertos, isso nunca mudou. Mas assim que ponho os pés em palco, os nervos desaparecem.
Há alguma certeza de incerteza por detrás da personagem artificial Bill Kaulitz?
Bill: Não me vejo como uma personagem artificial. Quando me conheces em privado, eu sou o mesmo que sou nos tapetes vermelhos, a não ser que eu queira estar anónimo. Eu não tento parecer mais extremo em píblico. Sou apenas eu. Usaria sempre o cabelo e a maquilhagem fazendo outra coisa qualquer.
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