Na Cama com os Tokio Hotel
A banda alemã que deixa as raparigas loucas (mas por quanto tempo?) está a caminho de Itália em tour. Adivinhem onde os entrevistámos?
Ponha a mão no ar quem sabe uma música dos Tokio Hotel. Se te encontras no ensino básico neste momento deves estar chocado uma vez que sabes todas as suas músicas de cor. Se tens mais de 15 anos, estás perplexo. Pelo menos poderiam cantar “na-na-na-na monsoon”. Se fazes parte do primeiro grupo, então deves estar impaciente à espera de um dos quatro concertos em Itália. Se pertences ao segundo grupo, prepara-te para ver cenas já bem conhecidas nos telejornais: pequenas raparigas gritando por quatro rapazes na casa dos vinte anos (um com maquilhagem e um penteado estranho, um com tranças que parece um rapper, um de cabelo curto e outro de cabelo comprido).
São os Tokio Hotel, a banda alemã que mais álbuns vendeu nos anos passados (três milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, 700.000 apenas com o mais recente, Humanoid, lançado em Outubro). Mesmo que se afirme que a popularidade da banda está a diminuir (as quatro datas não estão esgotadas como aconteceu há dois anos atrás), mesmo que a revista americana Rolling Stones tenha dito na sua crítica que o novo álbum é “melodicamente anímico e estranhamente pouco intenso”, mesmo que o Google Trends (um recurso que fornece dados sobre o padrão de pesquisas na Internet) ateste que a procura das palavras “Tokio Hotel” está a diminuir e que o grupo do Facebook intitulado “Esta beringela tem mais fãs que os Tokio Hotel” tenha alcançado o seu objectivo – os quatro rapazes de Magdeburgo continuam a conquistar milhares de adolescentes apaixonadas que estão dispostas a tudo.
Os rapazes desempenham perfeitamente o seu papel. Quando os encontrámos numa luxuosa suite de hotel, Bill Kaulitz – o vocalista – entra, cumprimenta e começa a fazer poses em frente ao fotógrafo com contínuas alterações na expressão facial (olhar enigmático – olhar um pouco menos enigmático – olhar céptico – olhar um pouco menos céptico) – nem o Ben Stiller em Zoolander consegue fazer melhor! Pena que o fotógrafo ainda esteja de volta dos flashes e do computador. O manager diz a Bill que a fotoshoot ainda não começou. Bill diz “Ok” e dirige-se à maquilhadora (Natalie) que retoca a sua base.
Entretanto – sabendo que Natalie desempenha um papel fundamental junto da banda pelas suas qualidades com a laca, o blush e o lápis dos olhos – perguntamos-lhe há quanto tempo é que ela trabalha com os Tokio Hotel. Ela afasta-se rindo e terminando a conversa com um “Sem comentários”, “É mistério”. Como se se tratasse do quarto segredo de Fátima…É-me dito que é normal. Uma lenda urbana diz que ela tem um relacionamento com Bill – alguém o nega e diz que é apenas um disfarçe para a sua alegada homossexualidade que iria deixar as suas jovens fãs devastadas, enquanto outros dizem que é verdade mas que não se admite pela mesma razão, nomeadamente, não desapontar as fãs. Afinal de contas, em todas as entrevistas se diz que ele procura uma rapariga para se apaixonar, o Tom apaixona-se por uma todas as noites, o Gustav é solteiro e o Georg é o único que tem namorada, há já um ano.
Após a fotoshoot – a qual fazem com seriedade e respeito, com uma atitude Germano-japonesa que enquadra lindamente no seu nome – eles recostam-se numa cama dupla no quarto ao lado- convidam-me a sentar com eles e a fazer a entrevista no colchão pelo qual todas as fãs matariam.
Bill, és o ídolo das raparigas, mas também o compositor das vossas letras. O segundo single, World Behind My Wall, diz: “Quero acordar num sonho”. Como é o vosso mundo por trás desta máscara?
Bill: Um mundo com muita sorte. Tenho uma família, os meus quatro cães, o meu irmão Tom, a banda e o meu trabalho. Mas ao mesmo tempo é complicado encontrar a felicidade no mundo fora disso – Eu apercebo-me de que o meu caso é excepcional.
O vosso álbum chama-se Humanoid, na sua capa vemos um Bill Robot e em muitas músicas o tema sublinhado é o mesmo: não são robots, mas pessoas com um coração.
Bill: A maioria das pessoas olhou para a capa e pensou que queriamos fazer o papel de robots. Honestamente, pensámos dar ao álbum este nome porque nos sentimos “humanóides”. Sentimo-nos estranhos, diferentes. Na Alien eu canto: “Há um alien em mim”, mas – na verdade – eu falo sobre a procura do amor, sobre a união com a outra metade. Em cada música falamos de emoções e memórias de infância, somos sentimentais e totalmente humanos.
Por falar em aliens, disses-te que acreditavas em marcianos.
Bill: Eu acredito em muita coisa, mesmo não seguindo uma religião específica. Tenho a certeza que existe a vida depois da morte e vida noutros planetas. E eu acredito muito no destino. Eu e o meu irmão a fazer este trabalho, estava destinado, sempre amámos a música desde crianças.
Para além da vossa música, de que tipo de música gostam? De onde vem a vossa inspiração?
Tom: Eu gosto de Stereophonics.
Gustav: Eu ouço Metallica. Mas na minha perna direita eu tenho tatuada uma frase de Johnny Cash, de quem gosto bastante.
E?
Tom: Sabes, honestamente, temos pouco tempo para ouvir música. Estamos sempre na estrada a tocar a nossa própria música e ao final do dia os nossos ouvidos não aguentam mais.
Vocês têm pausas?
Bill: Nunca. Na verdade, mesmo ler um livro ou uma revista é impossível.
Falando em leituras, Bill deixaram a escola. Não estão interessados em aprender mais?
Bill: Eu não tirei o diploma porque nessa altura já estava a escrever o nosso primeiro álbum e não sei se alguma vez me vou formar. Neste momento eu sou o vocalista dos Tokio Hotel, é o que eu faço e divirto-me muito.
Tom: Eu não me sinto tentado a fazê-lo agora, não estou interessado. Mas asseguro-vos que sabemos escrever, ler e contar.
Gustav: Eu consegui o diploma através da escola online. Talvez um dia continue os meus estudos…Mas neste momento estamos concentrados na banda, sabes. É o nosso sonho que finalmente se realizou e queremos continuar. Pelos nossos fãs também.
Gustav, o ano passado foste atacado numa discoteca e o Tom alegadamente bateu numa rapariga que lhe pediu um autógrafo. O que vos está a acontecer?
Gustav: Parece incrível, mas até eu sou reconhecido enquanto membro dos Tokio Hotel. Por isso naquela noite na discoteca, aquele sujeito quis expressar o quanto ele não gostava da banda – vamos colocar as coisas nestes termos – e ele agrediu-me na cabeça com uma caneca de cerveja.
Tom: No meu caso, foram escritas muitas mentiras. Eu nunca bati numa mulher, eu tive uma discussão com alguém no meu caminho para casa. No entanto, não eram fãs a pedir um autógrafo, mas raparigas que eu já conhecia e que não tinham propriamente boas intenções. Era uma questão privada. E esta é a prova de que não podemos sair sem guarda-costas, mesmo quando não estamos a trabalhar.
Bem, para evitar serem agredidos, agora deveriam…
Bill: Descansem, não vamos desistir.
Traduzido por: http://www.thzone.org
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